quarta-feira, 29 de abril de 2009

Os candidatos europeus.

Vi parte do Prós&Contras, vi a quase totalidade do debate de ontem à noite na SIC.
Como no primeiro, também este último pugnou pelas picardias entre os candidatos, especialmente as duplas Rangel/Vital e Vital/Melo. A representante do PCP, pese embora a convicção com que debita o seu discurso, não evita que tudo soe a verbalização da cartilha do partido que representa. Já Miguel Portas, é, em minha opinião, senhor de um discurso muito equilibrado, toca nos aspectos fundamentais - ainda que não diabolize tanto a banca como o faz o seráfico secretário do seu partido -, e vê-se pela ausência, ou pouca resposta dos outros, que o que diz é realista.
O Dr. Vital Moreira ( a inclusão do título é propositada, porquanto não me parece que lhe agrade o tratamento sem ele, e eu não sou o Miguel Portas para se lhe dirigir no registo de "ó pá Vital!") é um daqueles personagens de que não se pode gostar. Atento o seu estatuto ( e é provavelmente esse o fundamento que pensa servir à sua inatacabilidade) enquanto professor de direito de uma das mais bafientas universidades deste país - onde ainda perdura o pior das mentalidades de antanho - e embora reconhecendo que o homem até deve ser bastante inteligente, tenho para mim como intrigante esta postura de "papagueamento" de estatísticas e outros números, a par de uma soberba inqualificável, na forma como classifica e descarta os comentários que os outros lhe fazem a si ou às considerações que tece. Característico, certo. Ficamos por aqui.
No Nuno Melo, senhor de um discurso articulado, sobressai o seu conhecimento das matérias ( dossiers, ou dossiês). E até percebo alguma irritação que o Dr. Vital Moreira lhe cause ( a mim, causa-me!). O que não percebo é a forma quase reverencial como o contraditou no Prós&Contras, parecendo, felizmente, ter perdido algum do "receio", neste debate na SIC. Que assim continue. É que, confrontar não significa afrontar.
Quanto a Paulo Rangel, parece-me um bonequinho articulado, sem grande substância, demasiado agarrado aos chavões habituais. Uma espécie de Ilda Figueiredo à direita. Com este, o Dr. Vital Moreira não tem qualquer trabalho.

Contudo, não deixa de ser perceptível que mesmo nos debates em que o objecto são questões supra-nacionais e eleições para cargos fora de fronteiras, o que ocupa mais tempo de antena é o que cada um dos partidos fez ou deixou de fazer cá. Estranho.

1 comentário:

CeterisParibus disse...

Já não é actual, mas acho que não foi o PS que os eleitores quiseram "castigar". Convenhamos, o Dr. Vital Moreira não cativa nem um rafeiro abandonado. Ou talvez tenha sido um misto de duas aversões.