terça-feira, 27 de abril de 2010

Filhos de um deus menor.



Pois é. O sol quando nasce não é para todos. Ou para tudo.
Tomemos como exemplo a muralha de Buarcos. Como qualquer buarqueiro com mais de 25 anos sabe, existem as "canhoeiras" do conhame, as da Capela, e as do meio.
As que se situam no conhame, foram as primeirinhas a receber uma maquilhagenzita, já nem me lembro há quantos anos. De caminho, reconstruíram o muro ( só metade) que as liga às do meio ( canhoeiras), a uma altura que me parece nada ter a haver com o original ou, pelo menos, com o que lá estava. Adiante.
Recentemente, entenderam ( uns gajos quaisquer do património), que as (canhoeiras) da Capela estavam assim um bocadito pro gasto, e que se calhar era melhor meter lá - em consonância com o que dizem ser o material original - umas goteiras de pvc, tapar as frestas com betume ( não vá aquilo apodrecer com as infiltrações), e despejar uma gemada em cima das ameias, com a garantia de que daqui a uns anos, por força da erosão, aquilo iria ficar com o aspecto igualzinho ao dia da inauguração. Tá bem abelha. Em abono da verdade, até já me habituei àquilo, mesmo sem o feixe de luz tipo ground zero.
E chegado aqui, de certeza que uns já estão a pensar "foda-se, este gajo gosta de dizer mal, apenas por dizer". Pois. Pelo menos vão pensando.
Retomando o caminho, e conforme já cosntataram os mais atentos, falta neste rol a do meio (canhoeiras). Porquê? Porque nessa, nunca houve qualquer intervenção. Não? Não. Ah! Se calhar porque está em perfeitas condições. Não. Está em péssimas condições. Oh! Sério? Sério! E não é só desgaste. É sujidade. E erva com fartura. Ainda se fossem flores bonitas, sempre se pensaria que era propositado e se destinava a embelezar. Mas não. Ervas mesmo rascas.
Mais ainda, se se confirmar que a intervenção da 5 de Outubro termina logo depois da Capela, a desgraçada canhoeira do meio, nem direito tem a tapete novo à porta.
Ele há inertes que são mesmo filhos da pouca sorte.