segunda-feira, 20 de abril de 2009

Transcrito de um outro projecto de blogue.

Prólogo.
Pobre terra que não merece as pessoas que lhe calharam em sorte ( azar, digo eu!).

Do bonito se faz feio, e Buarcos merecia bem melhor.

Nos tempos de antanho, em que só a praia da Figueira se conhecia, a Buarcos criticava-se a pobreza, o aspecto indigente, reflexo da gente que acolhia na bonomia da sua enseada.

Mas, tenho para mim que o tempo, mesmo que de progresso, em nada lhe evoluiu a estética. Antes pelo contrário!

Buarcos é hoje um local desregrado, maltratado, desrespeitado, feio.

Culpa exclusiva dos Buarcosenses e da sua paradigmática falta de senso de pertença, vulgo bairrismo.

O desinteresse ( deles, meu, nosso de todos), a falta de orgulho, de vaidade até, conduziu-nos à alternância de um mês de selvajaria, com 11 meses de pachorrenta e inerte modorra.

A Figueira finge que Buarcos inexiste, despreza-a e, porque lho permitem, espezinha-a sem oposição de quem a deveria defender; os de cá!

Que me lembre, nunca me apercebi que Buarcos fosse publicitado. Nunca a vi na televisão, nos jornais, nas montras de agências de viagem.

Mesmo quando a Figueira estava na moda, era só ela, e nunca o lugarejo na ponta norte da enseada.

Politiquices ao largo, sempre me pareceu que os autarcas locais ora se colocam de cócoras perante o poder da Câmara, ou pura e simplesmente viram igual parte da anatomia aos Buarcosenses.

Triste terra. Gente triste.

10 comentários:

Anónimo disse...

grande Terra de gente a ficar cada vez mais triste.....Sou a primeira pessoa da minha familia a ter nascido em Buarcos e com muito orgulho e vaidade desde que me lembro de andar por outras paragens respondo á pergunta: és de onde? Sou de Buarcos ( sempre com a cabeça bem erguida e com o peito inchado), a esta resposta segue-se na maioria das vezes a seguinte pergunta: Onde???
Em que a minha resposta é e será sempre esta
"Ja esteve na Figueira da Foz? Naquela zona mais bonita com o mar junto á estrada, com as muralhas e os botes(com a devida explicação bote=barquinho pequeno), onde a serra se funde com o mar.
Sim ja ai estive.
Pois meu Caro Aí onde esteve nao é nem nunca sera Figueira , mas sim a minha Terra BUARCOS." Pois meu caro Quim Joao Buarcos é magico e sempre assim o será nao importa quao pequena e tacanha seja quem a "dirige" ou quem a habita, porque na nossa maravilhosa terra o por do sol é sempre mais bonito e o cheiro da maresia sempre mais intenso.
Um abraço e muitos parabens pelo blog.

Ass Nuno Alves

CeterisParibus disse...

Obrigado Nuno.
Eu também sempre segui essa cartilha - a de louvar Buarcos pela beleza - porque de facto é uma terra com um enquadramento fantástico. Mas como facilmente se constata, está um pouco carecida de cosmética, especialmente no que diz respeito ao estado das vias, e ao aproveitamento dos bons espaços que a terra tem. Sem qualquer julgamento de conotação política, e ainda que possam alegar falta de meios, os sucessivos autarcas pouco ou nada têm feito. E se porventura tal se possa dever à falta de meios ( leia-se, dinheiro), ou pela obstacularização por parte da CMFF, então, renunciem ao mandato provocando nova eleição, ou, dentro dos limites legais, mobilizem a população para manifestar os eu desagrado. Como bem sabemos, nos tempos que correm, aparecer na televisão tem uma força imensa, e consegue resultados mais céleres do que qualquer providência cautelar. Assim se saiba tirar partido dela!

Abraço

CeterisParibus disse...

Curiosamente, acabo de ler um artigo de opinião na Voz da Figueira, em que o articulista, a par de exaltadas loas a Buarcos, afirma não querer ver a 5 de Outubro fechada e cheia de mesas e cadeiras, à semelhança do que já acontece com - exemplos dele - Nazaré e Albufeira.
Salvo o devido respeito e apreço pelos comentários elogiosos do articulista, não vejo que a alternativa - deixá-la aberta ao trânsito e estacionamento selvático, como ora se verifica - preserve qualquer "alma" ou "identidade" do local.
Assim como assim, prefiro que a fechem.

CeterisParibus disse...

Declaração de interesses:

Como alguns saberão, desde 1995, possuo um estabelecimento na Rua Goltz de Carvalho, dita Rua Direita, a meio caminho entre o Pelourinho de Baixo e a Igreja de S. Pedro, de seu nome D. Galo.
A rua encontra-se desde há alguns anos fechada ao trânsito automóvel - apesar de alguns continuarem a fazer "vista grossa" - e, sem qualquer espécie de reivindicação paternal, fui eu o impulsionador de uma petição, entregue na Junta de Freguesia, em que se pugnava pelo seu encerramento. Se foi por ela que fecharam a rua, não sei, mas o facto concretizou-se. Perdi bastantes clientes pelo facto de já não poderem entrar pela churrasqueira dentro com a viatura. Achei, e acho, que valeu a pena. Se fecharem a Rua 5 de Outubro, como bem espero, perderei ainda mais clientes: os que já não virão para Buarcos porque há menos estacionamentos ( não muitos!), e aqueles que não estão para se dar à maçada de subir uns quantos degraus desde o parque junto à praia. Aqui também, acho que vale a pena. Se é para encher de cadeiras e mesas com turistas sentados nas primeiras, sinceramente, não sei. Mas prefiro-os em detrimento de umas quantas centenas de carros a ocuparem todos os m2 disponíveis.

Tó Joaquim disse...

Meus caros vamos deixar de ser criticos em relação á obra da rua 5 de outubro! Qual será o problema dos carros não passarem por lá? Qual o problema de não existir estacionamento na referida rua? Buarcos está completamente descaracterizado neste momento,perdeu a sua identidade.Que locais de lazer tinha a rua 5 de outubro? Carros estacionados em tudo que era sitio. Estou a recordar-me do largo do pelourinho, que servia como rotunda (derespeito pelo patrimócio arquitectónico) o largo do mirão, local de estacionamento. Concerteza que o projecto realizado por um jovem arquitecto natural e de Buarcos, que cresceu nessa zona,seu pai (já falecido, o Furão), será um óptimo ponto de partida para que Buarcos recupere a sua identidade e que todos os Buarcosenses tenham mais orgulho na sua terra. Pois esta obra irá contemplar todo o espaço público, com a criação de diversos espaços de lazer que tenham um contacto directo com o mar (Buarcos=Mar). Em relação ao comércio, penso que também ficará favorecido com esta obra. Cumprimentos

Tó Joaquim disse...

Meus caros vamos deixar de ser criticos em relação á obra da rua 5 de outubro! Qual será o problema dos carros não passarem por lá? Qual o problema de não existir estacionamento na referida rua? Buarcos está completamente descaracterizado neste momento,perdeu a sua identidade.Que locais de lazer tinha a rua 5 de outubro? Carros estacionados em tudo que era sitio. Estou a recordar-me do largo do pelourinho, que servia como rotunda (derespeito pelo patrimócio arquitectónico) o largo do mirão, local de estacionamento. Concerteza que o projecto realizado por um jovem arquitecto natural e de Buarcos, que cresceu nessa zona,seu pai (já falecido, o Furão), será um óptimo ponto de partida para que Buarcos recupere a sua identidade e que todos os Buarcosenses tenham mais orgulho na sua terra. Pois esta obra irá contemplar todo o espaço público, com a criação de diversos espaços de lazer que tenham um contacto directo com o mar (Buarcos=Mar). Em relação ao comércio, penso que também ficará favorecido com esta obra. Cumprimentos

CeterisParibus disse...

As critícas à obra, de que fala o Tó Joaquim, não partem com certeza deste blogue nem do seu autor. E concordo integralmente com o diagnósatico de descaracterização.
Fiquei curioso quanto ao projecto do filho do Furão ( meu colega de infância ). Esse projecto é oficial? Como posso ter-lhe acesso?

Anónimo disse...

Boa tarde Quim João!
Não sei se está a par das obras na rua 5 de outubro, mas o que é certo é toda a polémica que gira em volta dela. Ontem começaram a colocar um novo pavimento numa das vielas que vai dar ao pé do café muralha e sinceramente (apesar de todas as más linguas que todos nós sabemos que há em Buarcos) parece-me uma boa solução, o pavimento é em seixo o que revitaliza a memória dos pavimentos das localidades junto dos rios e também junto ao mar, caso de Coimbra, grande maioria das ruas em seixo. Já ouvi diversos comentários que mais valia deixar estar como estava, mas estas pessoas não são capaz aceitar uma mudança?

CeterisParibus disse...

Ainda não tive oportunidade de ver o pavimento que me refere. Não me chocam soluções diferentes. Sendo certo que quando fizeram obras nas "canhoeiras" junto à capela, insurgi-me por achar que:

1- Se a razão para obras era a degradação, os dois outros estavam - e estão!- em pior estado.

2- Depois, porque ( e aqui, será defeito meu) acho que os lugares, apesar de entidades inertes, carregam tudo o que por elas o tempo fez passar. Tem aquele lado espiritual. E uma obra daquele tipo, pura e simplesmente eliminou e fez tábua rasa
de tudo que aquele fortim representa. Eu até sou ateu!

Hoje, já não me choca tanto.

Quanto às obras da 5 de Outubro, já emiti a minha opinião, e apenas tenho algumas reservas quanto ao ritmo errático das obras. Nos mais dos dias, parece que está tudo abandonado.
Veremos.

Anónimo disse...

Isso deve-se a uma depressão nacional. A terra é triste e as gentes também.