Prólogo.
Pobre terra que não merece as pessoas que lhe calharam em sorte ( azar, digo eu!).
Do bonito se faz feio, e Buarcos merecia bem melhor.
Nos tempos de antanho, em que só a praia da Figueira se conhecia, a Buarcos criticava-se a pobreza, o aspecto indigente, reflexo da gente que acolhia na bonomia da sua enseada.
Mas, tenho para mim que o tempo, mesmo que de progresso, em nada lhe evoluiu a estética. Antes pelo contrário!
Buarcos é hoje um local desregrado, maltratado, desrespeitado, feio.
Culpa exclusiva dos Buarcosenses e da sua paradigmática falta de senso de pertença, vulgo bairrismo.
O desinteresse ( deles, meu, nosso de todos), a falta de orgulho, de vaidade até, conduziu-nos à alternância de um mês de selvajaria, com 11 meses de pachorrenta e inerte modorra.
A Figueira finge que Buarcos inexiste, despreza-a e, porque lho permitem, espezinha-a sem oposição de quem a deveria defender; os de cá!
Que me lembre, nunca me apercebi que Buarcos fosse publicitado. Nunca a vi na televisão, nos jornais, nas montras de agências de viagem.
Mesmo quando a Figueira estava na moda, era só ela, e nunca o lugarejo na ponta norte da enseada.
Politiquices ao largo, sempre me pareceu que os autarcas locais ora se colocam de cócoras perante o poder da Câmara, ou pura e simplesmente viram igual parte da anatomia aos Buarcosenses.
Triste terra. Gente triste.